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Liderança e riscos psicossociais: o impacto que ninguém pode ignorar

  • 17 de abr.
  • 2 min de leitura

Liderança e riscos psicossociais

Com a atualização da NR-1, os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho passaram a ser obrigatoriamente incluídos no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). Isso marca um avanço significativo na forma como as empresas devem cuidar da saúde integral de suas equipes e coloca a liderança no centro desse processo.


Segundo a OMS e a OIT, cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por ano no mundo devido a depressão e ansiedade. O custo? Quase 1 trilhão de dólares à economia global. No Brasil, dados de 2022 apontam que os transtornos mentais ocupam o segundo lugar entre os principais motivos de adoecimento relacionados ao trabalho, atrás apenas da dorsalgia.


Quando olhamos para os fatores psicossociais fica muito claro:

"As pessoas estão adoecendo no trabalho, mas o que adoece não é o cargo, é a cultura." Tábata Lopes

Guia de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (2025), apresenta uma tabela com exemplos concretos de fatores que, quando presentes no ambiente de trabalho, podem causar adoecimento.


Tabela do Guia de Riscos Psicossociais (MTE, 2025)
Tabela do Guia de Riscos Psicossociais (MTE, 2025)

Percebe que esses riscos estão infiltrados no cotidiano, muitas vezes disfarçados de “pressão por resultados”, “jeito da empresa” ou “estilo do líder”?


São situações como:


  • Sobrecarga constante, onde o time não tem tempo nem para o almoço e quem pausa ou sai no horário é visto como “menos comprometido”;

  • Ausência de feedback ou reconhecimento, que gera sentimento de invisibilidade e mina o senso de pertencimento;

  • Falta de clareza de papéis, onde tudo é prioridade e ninguém sabe direito onde termina a sua responsabilidade e começa a do outro porque tem que ter "senso de dono";

  • Assédio velado, como piadas maldosas, ironias disfarçadas de humor ou microagressões normalizadas;

  •  Gestão por medo, onde errar é proibido, perguntar é sinal de fraqueza e dar opinião é um risco.


Teste se sua liderança é humanizada nesse link aqui.


Esses são riscos psicossociais reais, que impactam diretamente o bem-estar das pessoas e que podem ser evitados com uma liderança mais consciente, presente e humanizada. Uma liderança que cria um espaço onde as pessoas possam trabalhar com segurança, autenticidade e dignidade.


A empresa pode ter a melhor política de benefícios, ginástica laboral, plano de saúde e até uma sala de descompressão, mas se a liderança for um fator de risco, as pessoas vão continuar adoecendo. 


Porque não é o que a empresa oferece no papel que transforma a cultura, é o que acontece no dia a dia, nas reuniões, nos feedbacks, nas decisões silenciosas que moldam o clima organizacional. É a forma como as lideranças conduzem conversas, lidam com conflitos e sustentam (ou não) o respeito.


Se você lidera, pergunte a si mesmo:


Minhas ações protegem ou agravam a saúde emocional da minha equipe?

Eu tenho sido um fator de proteção ou um fator de risco?


Tábata Lopes atua no desenvolvimento e aplicação de programas de treinamento, palestras e mentorias para profissionais de diversos níveis e setores, com foco nos aspectos comportamentais e de mudança.

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